Os miomas uterinos são tumores benignos que se desenvolvem a partir de células musculares do útero que se proliferam além do normal.
Eles podem ser classificados em submucosos (localizados dentro da cavidade uterina), intramurais (dentro do tecido muscular do útero) ou subserosos (na camada mais externa do útero), e dependendo da localização podem provocar sintomas diferentes.
Embora muitas vezes sejam assintomáticos, os miomas uterinos podem causar sangramento menstrual intenso, dor pélvica, desconforto urinário ou intestinal devido à compressão, dificuldade para engravidar ou mesmo aborto espontâneo. É importante estar ciente desses possíveis sintomas e buscar atendimento médico caso ocorram.
Existem várias opções de tratamento disponíveis para miomas uterinos, e a escolha do melhor método depende de vários fatores, incluindo a idade da paciente, o desejo de ter filhos, os sintomas experimentados, o histórico médico, a localização, o número e o tamanho dos miomas.
Tratamento não cirúrgico
As principais opções de tratamento não cirúrgico são:
• Acompanhamento clínico: em casos em que os miomas são pequenos e assintomáticos, é possível acompanhar sua evolução por meio de exames de imagem regulares.
• Medicamentos hormonais: para pacientes que não desejam engravidar, contraceptivos hormonais ou agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) podem ser prescritos. Esses medicamentos ajudam a controlar sintomas como sangramento menstrual aumentado, cólicas e, em alguns casos, podem até reduzir o tamanho dos miomas.
• Mudança do estilo de vida: adotar uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e gerenciar o estresse podem contribuir para a redução de alguns sintomas associados aos miomas.
• Analgésicos ou anti-inflamatórios podem ser usados para controle da dor causada pelos miomas.
• Anti-fibrinolítico: pode ser considerado em situações específicas, e por um período limitado para reduzir o sangramento.
Quando a cirurgia deve ser considerada?
Em alguns casos, pode ser necessário recorrer à intervenção cirúrgica para o tratamento dos miomas uterinos. Abaixo, estão listadas algumas situações em que a cirurgia pode ser recomendada:
• Sintomas que atrapalham as atividades diárias e não respondem ao tratamento clínico, como sangramento menstrual excessivo e prolongado, dor pélvica crônica intensa.
• Infertilidade ou dificuldade para engravidar: miomas submucosos, que estão dentro da cavidade uterina, podem dificultar a concepção e aumentar o risco de aborto.
• Sintomas urinários ou intestinais por compressão: miomas grandes localizados próximos à bexiga ou ao intestino podem causar sintomas como aumento da frequência urinária, dificuldade para esvaziar a bexiga, constipação ou dor durante as evacuações.
• Crescimento rápido dos miomas, requerendo a diferenciação com outras patologias.
Como é realizada a cirurgia?
Quanto ao procedimento cirúrgico, existem diferentes abordagens disponíveis, que são escolhidas de acordo com o desejo reprodutivo da paciente, a localização e o tamanho dos miomas. Em geral, as opções cirúrgicas incluem:
• Miomectomia: Consiste na remoção apenas dos miomas, preservando o útero. Dependendo da localização e tamanho dos miomas, a miomectomia pode ser realizada por histeroscopia (sem cortes, através da vagina), videolaparoscopia ou cirurgia robótica (cirurgias minimamente invasivas realizadas através de pequenas incisões no abdômen), ou ainda por laparotomia (cirurgia aberta realizada através de uma incisão maior no abdômen).
• Histerectomia: consiste na retirada do útero e é geralmente recomendada para pacientes que não desejam mais ter filhos e apresentam miomas volumosos. A histerectomia também pode ser realizada de forma minimamente invasiva por meio de videolaparoscopia, cirurgia robótica ou por laparotomia.
É importante ressaltar que o tratamento dos miomas é individualizado e deve ser discutido com um ginecologista especialista, levando em consideração as características específicas de cada caso. O objetivo é proporcionar alívio dos sintomas e melhorar a qualidade de vida da paciente, levando em consideração suas necessidades e preferências.