O objetivo deste artigo não é assustar as futuras mães, mas sim oferecer reflexões, informações práticas para identificar situações de violência obstétrica e saber como reagir.
O que é violência obstétrica?
A violência obstétrica é uma forma de violência de gênero que afeta milhares de mulheres em todo o mundo durante o parto ou o período pós-parto. Pode acontecer de várias maneiras, como falta de respeito à autonomia da mulher, tratamento desumano, atos não necessários que contradizem as recomendações científicas (como a manobra de Kristeller – compressão no fundo do útero para acelerar o parto vaginal), violência física, verbal ou psicológica, violando os direitos humanos da gestante.
Todas as mulheres têm o direito de serem tratadas com dignidade e respeito durante o parto, de receberem informações claras e precisas sobre o que está acontecendo e de participarem ativamente das decisões sobre o seu corpo.
A violência obstétrica pode deixar sequelas graves na saúde física e mental das mulheres, como traumas, depressão, ansiedade, além de prejudicar o aleitamento materno e outras consequências. Muitas vezes, a vítima só percebe que sofreu esse tipo de violência anos depois. Por isso, é importante desmistificar preconceitos e crenças equivocadas sobre o parto e o corpo feminino, para que as mulheres possam identificar e denunciar esse tipo de abuso.
Como reconhecer essa violência obstétrica?
Para reconhecer a violência obstétrica, é preciso estar atenta a gestos e palavras que podem ser banalizados ou ter duplo sentido, além de situações em que a decisão da mulher não é respeitada. Algumas perguntas que podem ajudar a identificar a violência obstétrica são:
• Você se sentiu ouvida e respeitada nas suas escolhas?
• Foi informada e concordou com todos os procedimentos?
• Algum ato foi praticado sem o seu consentimento?
• Você guarda traumas que afetam sua vida cotidiana?
Profissionais envolvidos no cuidado obstétrico devem estar cientes da existência da violência obstétrica e trabalhar para preveni-la, garantindo um atendimento humanizado e respeitoso durante a gestação, parto e pós-parto. Todos nós temos o dever de lutar contra a violência obstétrica, criando uma cultura de respeito e garantindo que todas as mulheres tenham uma experiência segura e positiva durante o parto.
Reconhecer a violência é o primeiro passo para recusá-la, pedir ajuda e denunciá-la. Em caso de dúvida ou suspeita, procure ajuda de profissionais especializados em saúde da mulher e defensores de direitos humanos.
Lutar contra a violência obstétrica é uma tarefa de todos nós. Juntas podemos criar uma cultura de respeito e garantir que todas as mulheres tenham uma experiência positiva e segura durante o parto!